Em uma megaoperação realizada entre o Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal, mais de 100 pessoas foram resgatadas de situações de trabalho análogas à escravidão. Somente no Rio Grande do Sul foram sete indivíduos, três deles estavam em Fontoura Xavier, onde trabalhavam há três anos no plantio e colheita de fumo.
Conforme informações divulgadas, tratava-se de um homem de 30 anos, uma mulher de 52 anos e um jovem de 19 anos, estes últimos mãe e filho com deficiência. Já em Venâncio Aires, quatro homens de idades entre 30 e 50 anos vinham sendo mantidos em condições irregulares trabalhando na produção de carvão por um período entre três meses e um ano.
Denominada Operação Resgate, a ação também contou com a participação da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União. Foram realizadas operações em 23 unidades da Federação para libertar, até o momento, 140 trabalhadores submetidos às modernas formas de escravidão laboral.
Além do resgate dos trabalhadores, a ação conjunta dos órgãos federais tem como objetivo a verificação do cumprimento das regras de proteção ao trabalho, a coleta de provas para garantir a responsabilização criminal daqueles que lucram com a exploração e a reparação dos danos individuais e coletivos causados aos resgatados.
Também foram realizadas 64 ações fiscais, lavrados 360 autos de infração e identificados 486 trabalhadores sem registro na carteira de trabalho. Serão destinados cerca de R$ 500 mil em verbas rescisórias aos trabalhadores flagrados em condições análogas à escravidão e cada um deles terá direito a três parcelas do seguro-desemprego.