* Liliana Prates de Borba
1 INTRODUÇÃO
O tema norteador desse artigo surgiu da necessidade em ressaltar a importância do ensino lúdico no processo de Alfabetização e Letramento, tornando o aprendizado mais prazeroso e auxilia no desenvolvimento das aptidões psicológicas da criança (percepção, memória, pensamento, emoção, imaginação e outros aspectos). Pois são fundamentos indispensáveis na educação e devem ser iniciadas desde cedo para favorecer a aprendizagem da leitura e escrita.
O presente trabalho procura destacar a utilização das atividades lúdicas e brincadeiras no processo de aprendizagem das crianças, pois estas atividades as motivam para um aprendizado ativo. Este estudo vai abordar a importância da ludicidade no ambiente escolar, na intenção de mostrar sua relevância no processo de aprendizagem na alfabetização. O lúdico faz parte do mundo infantil da vida de todos nós e não deve ser visto apenas como diversão, mas sim, de grande importância no processo de ensino-aprendizagem na fase da infância.
A criança ao brincar e jogar se envolve tanto com a brincadeira, que coloca na ação seu sentimento e emoção. Pode-se dizer que a atividade lúdica ajuda no desenvolvimento dos aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais, portanto a partir da brincadeira, desenvolve- se à aprendizagem, o desenvolvimento social, cultural e pessoal e com isso contribui para uma vida saudável, física e mental. A ludicidade permite que as crianças e adolescentes entrem no mundo da imaginação, desse modo aliar o lúdico com o processo de ensino aprendizagem é uma maneira de criar possibilidades para a autonomia, percepção do mundo e desenvolvimento do raciocínio lógico.
O objetivo principal deste trabalho é mostrar a importância da ludicidade no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos na fase da alfabetização. Destacamos os jogos como atividades educativas que ajudam a tornar as aulas mais divertidas permitindo aos alunos entender de forma concreta e lúdica o conteúdo ensinado, e podemos também utilizar diferentes jogos em sala de aula com alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem, conforme a necessidade de cada aluno. O brincar faz parte da infância, e através deste possibilita um maior desenvolvimento da criança, tanto cognitivo, como social, motor e afetivo. Um educador comprometido com sua profissão precisa estar em contínua formação buscando repensar sua prática pedagógica e fazendo dela uma atividade cada vez mais eficaz e prazerosa. Trabalhar em sala de aula com as diferentes linguagens artísticas possibilita desenvolver no grupo discente as diversas habilidades além de favorecer a participação de todos, de acordo com suas fragilidades e facilidades.
O desenvolvimento do presente trabalho será através de uma pesquisa de abordagem qualitativa que é compreendida como aquela que dá maior profundidade e reflexão sobre o tema investigado, que são dificuldades de aprendizagem e os fatores responsáveis de como a prática pedagógica e o ensino lúdico podem ajudar para superação dessas dificuldades. Com isso para melhor nortear a pesquisa formula-se a seguinte questão: Como então utilizar esses recursos para melhorar o processo de ensino-aprendizagem? Quais as estratégias utilizadas para que haja o desenvolvimento pleno nas atividades pedagógicas? Com isso cabe ao professor e a escola proporcionar um ambiente favorável ao aprendizado do aluno de forma lúdica.
O presente estudo será organizado em itens e subitens da seguinte forma, Introdução destacando a importância dessa pesquisa, na segunda seção apresenta alguns conceitos sobre Alfabetização e Letramento, Ensino lúdico e a Aprendizagem, Jogos e Brincadeiras na Alfabetização a relação existente entre a educação, o ensino lúdico e a prática docente, e na última seção conclui-se o trabalho.Como conclusão pode-se dizer quea utilização efetiva das diferentes linguagens artísticas auxilia o trabalho do educador em sala de aula favorecendo assim, a aquisição de conhecimento, o desenvolvimento das diferentes habilidades motoras, cognitivas, interpessoais, etc.Essas atividades não só promovem momentos prazerosos, maspermite a expressão, a autonomia, o protagonismo, o convívio, entre outras coisas.
A metodologia de ensinovoltada para a utilização das diferentes manifestações artísticas no campo visual, manual, teatral, dança e música atrai e motivao educando a participar. O discente se apropria da prática pedagógica, passa a ser protagonista no processo de ensino-aprendizagem e o educador por sua vez passa a ser visto como mediador nessa relação.
Após as considerações mencionadas acima se pode concluir que as descrições a seguir terão como principal objetivo apresentar a análise realizada com o intuito de destacar que a utilização do ensino lúdico auxilia a prática docente e possibilitam a melhoria do processo de Alfabetização e Letramento favorecendo o ensino aprendizagem no ambiente escolar.
2 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Scarpa (2006, p.1) destaca que a alfabetização e o letramento devem ter sua presença na Educação Infantil, de acordo com Soares (2009) os pequenos, antes mesmo do ensino fundamental devem ter acesso tanto a atividades para introduzir a criança ao sistema alfabético e suas combinações, a alfabetização, como também colocar em prática o uso da leitura e da escrita, o letramento. Segundo Magda Soares (2009), alfabetização é tornar o individuo capaz de ler e escrever, é o processo pelo qual a pessoa adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja, domínio de técnicas pra exercer a arte e a ciência da escrita, e também o desenvolvimento de novas formas de compreensão e interpretação e uso da linguagem de um modo geral.
Alguns educadores, Segundo Scarpa (2006, p.1) receiam a antecipação de práticas pedagógicas tradicionais e a perda do lúdico, em razão destes diferentes pressupostos.
Como se a escrita entrasse por uma porta e as atividades com outras linguagens (música, brincadeira, desenho etc.) saíssem por outra. Por outro lado, há quem valorize a presença da cultura escrita na Educação Infantil por entender que para o processo de alfabetização é importante à criança ter familiaridade com o mundo dos textos. (Scarpa, 2006, p.1)
Segundo os parâmetros curriculares nacionais de língua portuguesa (2001), para aprender a ler e a escrever é preciso pensar sobre a escrita, pensar sobre o que a escrita representa e como ela representa graficamente a linguagem. São atividades que exigem do aluno uma atenção, tanto quantitativa como qualitativa, da correspondência entre segmentos falados e escritos, em que o aluno necessita ler, embora ainda não saiba ler e escrever.
O conceito de alfabetização chama atenção não apenas pelo ato de ler e escrever (codificar e decodificar), mas na prática social, onde ler e escrever são necessários. Magda Soares (1998, p. 40) define a alfabetização como: “ação de ensinar/ aprender a ler e escrever”. Faz-se necessário o entendimento de que a criança entra em processo de letramento antes de ser alfabetizada, pois ela já faz a leitura de rótulos, gestos, emoções. Para formar alunos capazes de interpretar os diferentes tipos de textos, é necessário estabelecer um trabalho educacional para que eles conheçam e aprendam isso na escola. Principalmente quando os alunos não têm contato no dia a dia com bons materiais de leitura e com adultos leitores, quando não participam de práticas onde ler é fundamental para o exercício da cidadania, a escola deve então oferecer materiais de qualidade, modelos de leitores excelentes e práticas de leitura eficientes. Não conseguiremos formar bons leitores se os alunos lerem apenas nas atividades em sala de aula, apenas no livro didático, apenas porque o professor pede.
Segundo Magda Soares (1998, p.39):
“Letramento é o resultado de ensinar e aprender as práticas sociais da leitura e escrita; é também o estado ou condição que adquire um grupo social ou um individuo como consequência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais. É necessário, portanto, oferecer-lhes os textos que circulam frequentemente na sociedade: o trabalho com a diversidade textual pode ser a mais importante estratégia didática para a prática de leitura”.
Na fase de alfabetização e letramento ainda há muitas brechas na escola, pois ela é a instituição responsável em orientar esse processo, pois a mesma se preocupa muito em ensinar o aluno a escrever, deixando mais de lado o ato de ler. Conforme afirma Cagliari (2009, p.147), “na prática, ao longo do ano escolar, dá muito mais ênfase à escrita do que a leitura”. Sendo assim, fica claro o entendimento que a alfabetização e o letramento são processos diferentes, mas complementares e inseparáveis.
A Leitura tem papel fundamental na formação e desenvolvimento da criança, pois, proporciona a ela oportunidades de desenvolver a imaginação de forma significativa, ao mesmo tempo em que oferece a compreensão da realidade, mas para que para isso aconteça é necessário que desde os primeiros anos de vida a criança seja levada a ter contato com a leitura, visto que ouvir histórias já é uma forma de realizá-la. No entanto, muitas crianças só têm acesso ao mundo da leitura através de seus professores, assim quando esse contato não é estimulado em casa cabe a eles proporcionarem essa oportunidade em sala de aula.
A literatura na Educação Infantil melhora o vocabulário, a escrita e também a facilidade de ler dos alunos, desperta através dos contos, estórias e clássicos a vontade de estar sempre em constante leitura. Destaca-se na pesquisa que as crianças se interessam em ouvir histórias e que não é necessário que se leia o livro, apenas pelas ilustrações a criança consegue contar sobre o que foi visto, aumentando assim seu vocabulário. É importante enfatizar que a literatura é um dos meios mais eficazes de aprendizado, principalmente nas séries iniciais, pois é a partir dela que a criança irá despertar o gosto pela leitura e consequentemente terá um melhor desenvolvimento na escrita, e todo o processo de ensino da literatura é essencial para o aprendizado da criança.
Entender como inserir a tecnologia na educação é um grande passo para os professores e também para as instituições de ensino, que encontram aí uma ferramenta para ajudar a modernizar o aprendizado e manter o interesse dos alunos, tornando o conhecimento mais atraente e divertido.
Os benefícios desta mudança na prática pedagógica são visíveis, e vão desde a melhora no dinamismo das aulas e acesso aos conteúdos até o desenvolvimento do raciocínio lógico, criatividade e habilidades sócio emocionais.
2.1 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
A literatura infantil é considerada uma fonte inesgotável de conhecimento e informação, dispondo aos seus pequenos leitores momentos de grande alegria e aprendizado, fazendo que esses estejam cada dia mais interessados em ler. Instrumento essencial na sala de aula, a literatura infantil é importante no processo da aprendizagem da leitura, despertando na criança o gosto por leitura. E como agora estamos vivendo na era digital tem que colocar essas tecnologias como nosso aliado no processo de aprendizagem não podendo ignorá-las ou proibir os alunos de utilizá-las. A educação infantil é a primeira fase da vida de uma criança e é nessa fase que elas passam por importantes e constantes processos de mudanças necessários ao seu desenvolvimento, psíquico, emocional e físico. Acompanhar essas mudanças é uma tarefa necessária a todos que aspiram a uma educação de qualidade. A educação infantil compreende a primeira etapa da educação básica que vai de zero aos cinco anos de idade, fase onde as crianças desenvolvem as bases das principais habilidades.
O contato com os livros deve começar desde cedo, pois os livros propiciarão ao universo infantil um mundo de fantasia, imaginação e uma compreensão maior de si e do mundo à sua volta. Para além das princesas e príncipes do padrão estético que nos é apresentado, o livro quando bem escolhido e quando integra o segmento étnico, leva a criança a reinventar parte da história, em que ela se vê como personagem sem perder o encantamento da tradição dos contos de fadas.
Destacamos que é nas salas de Educação Infantil que o professor deve garantir o contato com os livros e diferentes obras e apresentando diversos gêneros às crianças pequenas.
A importância de crianças na primeira infância de manusear obras, encantar-se com as ilustrações e começar a descobrir o mundo das letras é que elas vão desenvolver o gosto pela leitura. Ao ver um adulto lendo, ou ouvindo uma história contada por ele também vai causar interesse pelo mundo das palavras.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018) prevê que a escola possibilite aos estudantes apropriar-se das linguagens das tecnologias digitais e tornarem-se fluentes em sua utilização. Deve acontecer, também, a consolidação da aplicação dos recursos tecnológicos em cada disciplina, conforme explicitada nas orientações para o Ensino Fundamental. Na Educação Infantil, a Base Nacional Comum Curricular propõe a inserção da tecnologia nos processos de aprendizagem e desenvolvimento. Entre os saberes culturais, uma das modalidades que devem ser exploradas é a tecnologia. Isso é orientado em um dos itens da seção de Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento na Educação Infantil da BNCC:
Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. (Base Nacional Comum Curricular, 2018, p.40).
Como se percebe, a BNCC incentiva a modernização dos recursos e práticas pedagógicas, com o uso da tecnologia. Diante disso, a tecnologia permeia a Base Nacional Comum Curricular como um todo e deve ser um aliado do professor. É importante contar histórias mesmo para as crianças que já sabem ler, destacamos segundo Abramovich (1997, p.23) “quando a criança sabe ler é diferente sua relação com as histórias, porém, continua sentindo enorme prazer em ouvi-las”. Quando as crianças maiores ouvem as histórias, aprimoram a sua capacidade de imaginação, já que ouvi-las pode estimular o pensar, o desenhar, o escrever, o criar, o recriar.
A literatura é muito importante na escola por ser a ferramenta necessária para que a criança entenda o que verificar ao seu redor, tenha capacidade de explicar diversas situações e eleger caminhos com os quais se reconhece. Porém, diversos professores não conhecem como a leitura e a literatura é importante, resumindo sua prática pedagógica, diversas vezes, em textos que se repetem com exercícios direcionados e sem liberdade, nos quais a área de reflexão sobre si e sobre o mundo dificilmente encontra lugar (BARROS, 2013, p.22).
Isso leva a repensar como trabalhar o processo de inserção da literatura na Educação Infantil, pois, quanto mais cedo à criança tiver contato com os livros e perceber o prazer que a leitura produz, maior será a probabilidade de ela tornar-se um adulto leitor. Da mesma forma através da leitura a criança adquire uma postura crítico-reflexiva, extremamente relevante à sua formação cognitiva. A criança passa a interagir com as histórias, acrescentam detalhes, personagens ou lembra-se de fatos que passaram despercebidos pelo contador. Essas histórias reais são fundamentais para que a criança estabeleça a sua identidade, compreender melhor as relações familiares. Outro fato relevante é o vínculo afetivo que se estabelece entre o contador das histórias e a criança. Contar e ouvir uma história aconchegada a quem se ama é compartilhar uma experiência gostosa, na descoberta do mundo das histórias e dos livros.
Desenvolver o interesse e o hábito pela leitura é um processo constante, que começa muito cedo, em casa, aperfeiçoa-se na escola e continua pela vida inteira. O professor exerce papel fundamental dentro do processo de aprendizagem em relação à literatura infantil, ele precisa ser o parceiro, intercessor e articulador de muitas e diversas leituras, e sabem que a literatura precisa servir como maneira de enriquecimento. O desejo do professor deve ser o de despertar nas crianças o prazer e gosto pela leitura, destacando que essa tem necessidade de ser prazerosa e feita por lazer, sendo um estudo com entretenimento (BARROS, 2013, p. 32).
A atuação do professor com o propósito de promover a alfabetização no ambiente escolar, utilizando várias vertentes oferecidas pela Literatura Infantil, necessita ser uma ação de maneira a propiciar divertimento e uma leitura significativa para as crianças, sem dispor do ensino da tradicional gramática ou da ortografia como ênfase principal, mas sempre dando estímulo ao prazer de ouvir, ver e ler (BARROS, 2013, p. 35).
O desenvolvimento infantil se inicia ainda na vida uterina, com o crescimento físico, a maturação neurológica a construção de habilidades relacionadas ao comportamento e as esferas cognitiva, afetiva e social. A primeira infância, que abrange a idade entre zero a cinco anos, é a fase onde a criança se encontra mais receptiva aos estímulos vindos do ambiente e o desenvolvimento das habilidades motoras ocorre muito rapidamente. Cada fase do desenvolvimento motor é importante e deve ser respeitada. Os pais não devem tentar antecipar nenhuma fase, pois a criança pode não estar preparada fisicamente para realizá-la.
O desempenho motor da criança está intrinsecamente ligado à aprendizagem. As habilidades motoras de recorte, colagem, escrita e o desenvolvimento do intelecto requerem conhecimento do próprio corpo. O desenvolvimento psicomotor bem estimulado pode contribuir para evitar problemas de aprendizagem. Estes problemas de aprendizagem podem ter várias causas como: causas neurologias, sensoriais, emocionais, sociais, intelectuais ou problemas físicos. É importante conhecer a causa para auxiliar a criança.
As atividades com crianças na Educação Infantil devem basear-se no estímulo e no desenvolvimento do esquema corporal, em que a criança aos poucos organiza o mundo a partir da percepção do seu próprio corpo. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a Educação Infantil deve ter como objetivo final o desenvolvimento integral da criança nos aspectos físico, psicológico, intelectual e social.
A educação psicomotora pode favorecer o desenvolvimento das capacidades existentes e a motivação é um fator fundamental para a aprendizagem. Para que a aprendizagem provoque uma efetiva mudança de comportamento e amplie cada vez mais o potencial da criança, é necessário que ela estabeleça relação direta com o meio e com aquilo que está aprendendo. Para isso, é importante a estimulação.
A função de escrever, fazer desenhos, pinturas, colagens, recortar papel, fazer traçados em folhas são apenas algumas atividades que podem ser feitas graças à coordenação motora fina. Ela é responsável pelo trabalho de pequenos músculos, localizados, principalmente, nas mãos e nos pés. A coordenação motora grossa é o que dá força para a criança correr, pular, dançar, caminhar ou qualquer outra atividade responsável pelo impulso físico encontra na coordenação motora grossa a razão para essas tarefas.
Cada ser aprende de acordo com sua maneira que foi estimulado, seu espaço físico, possibilidades de brincadeiras/brinquedos, mas cada um no seu tempo e ritmo. Vemos que na educação infantil os pequenos aprendizados do dia a dia que as tornam cada vez mais desenvolvidas. Ao decorrer do ano percebe-se o tanto que a criança evolui, algumas muito notáveis seu avanço outras nem tanto, mas todas progridem. Brincadeiras e aulas no ar livre possibilita a estimulação dessas importantes habilidades de coordenação de maneira lúdica.
É importante a integração social da criança e com o espaço físico, ela tem possibilidades de se virar sozinha, aprendendo a autonomia desde cedo, os pais podem propiciar isso desde cedo e na escola tudo é estimulado para impulsionar mais esses avanços.
O desempenho motor na infância se caracteriza pela aquisição de habilidades motoras, possibilitando assim que a criança tenha um amplo domínio de seu corpo em posições posturais, em locomoção e manipulação de objetos e instrumentos.
3 EDUCAÇÃO, ENSINO LÚDICO E A APRENDIZAGEM
Educar é uma prática social que tem o objetivo de contribuir, direta e intencionalmente, no processo de construção histórica das pessoas. Em nossa época a forma mais conhecida de intervenção educativa é a escola.
Na atualidade, a escola é considerada o local oficial para o desenvolvimento cognitivo, sócio afetivo epsicomotor dos indivíduos, nela desenvolvem-se várias atividades com intuito de favorecer o desenvolvimento de diferentes habilidades. Ela pode ser considerada a política pública mais universalizada do país.
No Brasil, o ensino escolar está dividido em Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II, Ensino Médio e Ensino Superior, além das Escolas Técnicas com Ensino Profissionalizante e os EJAs (Educação de Jovens e Adultos).
A Educação Básica, que compreende a Educação Infantil e Ensino Fundamental e Médio (educandos de 4 a 17 anos), segundo a legislação vigente (LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-Lei nº 9.394/96), tornou-se obrigatória, o que acarreta problemas de ordem jurídica aos pais que não matricularem seus filhos nas unidades de ensino oficiais. Cabemaos Municípios, prioritariamente, oferecer vagas na Educação Infantil e Ensino Fundamental I, ao Estado cabe à manutenção da escolaridade no Ensino Fundamental
II e Ensino Médio. Nota-se, porém que o Ensino Fundamental I e II ainda está sendo administrado sob-responsabilidade conjunta das redes municipais e estaduais, nesse panorama as escolas particulares são também alternativas para ampliar as possibilidades de inserção das crianças, adolescentes e jovens no ambiente escolar.
Segundo a LDB 9394/96, o currículo proposto para o Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio deve contemplar obrigatoriamente a disciplinade Arte. Por ser uma área de
conhecimento importante, tanto quanto as demais do currículo escolar da educação básica, faz-se necessário que a arte seja trabalhada, de maneira qualitativa, com diversidade de métodos, técnicas, materiais, temas e atividades.
“Aprender arte envolve a ação em distintos eixos de aprendizagem: fazer, apreciar e refletir sobre a produção social e histórica da arte, contextualizando os objetos artísticos e seus conteúdos.” (IAVELBERG, 2003, p. 9).
Segundo os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais, 2000), as aulas de Arte devem contemplar atividades de quatro linguagens: dança, artes visuais, teatro e música.
As diferentes manifestações culturais (das mais clássicas às mais vanguardistas) merecem ser analisadas como resultado de um conjunto de valores e uma maneira de os seres humanos interagirem com o mundo em que vivem (ou viveram). (PCNs, 2000).
3.1 O LÚDICO NA ATUAÇÃO DOCENTE
O ensino lúdico é uma importante ferramenta na construção da aprendizagem. Pois permite que a criança aumente seu aprendizado, associado à observação e investigação do mundo. A educação infantil é essencial na formação do ser humano, é a fase de maior importância e compreendida como fundamental. Nessa primeira etapa de aprendizagem tem- se o lúdico, o qual se torna muito importante e utilizado como uma ferramenta na construção do saber. Quanto mais for trabalhado com a criança o ensino lúdico de explorar as coisas do mundo através da brincadeira e dos jogos, mais ela é capaz de relacionar fatos e ideias, ou seja, mais ela é capaz de pensar e compreender. Para Vygotsky (1984 p.103.)
“a aprendizagem e o desenvolvimento estão estritamente relacionados, sendo que as crianças se inter-relacionam com o meio objetal e social, internalizando o conhecimento advindo de um processo de construção.”
Destacamos assim, que para que a aprendizagem realmente ocorra é preciso que a família, escola e a sociedade ajudem no desenvolvimento dessa aprendizagem é preciso que todos esses fatores se interliguem. A escola é uma instituição organizada, com finalidade da promoção do desenvolvimento da aprendizagem, do saber e do ensino, além de ajudar no estabelecimento de vínculos afetivos e sociais, ou seja, preparar a criança para o mundo. Utilizando vários métodos de aprendizagem conforme a idade dos alunos. Consequentemente, a escola, família e sociedade são responsáveis não só pela transmissão de conhecimentos, valores, cultura, mas também pela formação da personalidade social dos indivíduos.
As crianças aprendem muito mais brincando, elas aumentam seu conhecimento através dos jogos em parceiros com outras crianças e podem assim vivenciar a aprendizagem. Com isso, o desenvolvimento cognitivo se diferencia por ser uma ação mutua, na qual a criança é conduzida para atingir o seu nível máximo de sua capacidade intelectual. O brinquedo estimula a aprendizagem e inteligência porque faz com que a criança solte sua imaginação e com isso desenvolve a criatividade.
Piaget (1997 p. 45) afirma que:
As crianças são aprendizes ativos e inteligentes, sendo assim são capazes de aprender com facilidade, estando sempre prontos para receber novas informações, desenvolvendo de forma natural e espontânea. O ser humano, mais precisamente a criança, ao brincar e jogar se envolve de uma forma tão intensa que coloca na ação seus sentimentos e emoções. Psicologicamente a criança demonstra seus sentimentos, procura novas sensações, não tem inibições, descobre que já pode tomar algumas decisões, portanto a disciplina correta, ou seja, a adequação das atividades lúcidas nesta idade vale por toda a vida, o professor conhecendo a criança pode explorar ao ensinar.
Santos (1999) relata que brincando a criança ordena o mundo à sua volta assimilando experiências e informações, e ainda mais, incorporando comportamentos e valores. É através do brinquedo e do jogo que a criança consegue reproduzir e recriar o meio a sua volta. O desenvolvimento global da criança se dá através do movimento, da ação, da experiência e da criatividade, levando-a conseguir plena consciência de si mesma; de sua realidade, o que sente, pensa, movimenta-se no espaço, encontra-se com os objetos e, gradativamente distingue suas formas; e que se conscientiza das relações de si está com o espaço e o tempo.
Olivier (2003) traz o entendimento do lúdico como a alegria, a espontaneidade, a referência a uma lógica que não segue os parâmetros da racionalidade.
Ao brincar, a criança demonstra satisfação, prazer, alegria. Durante as brincadeiras, elas revelam atração pelo objetivo das atividades, para o seu prosseguimento com atenção, sendo incansáveis na sua realização. Estes aspectos são o que a educação formal mais se esforça para conseguir, mas, infelizmente, as brincadeiras e jogos são pouco encontrados nas atividades escolares, principalmente naquelas que exigem maior concentração e atenção, assim como afirma Piaget.
Portanto, não existe aprendizagem sem a interação com o outro, o brincar na ação lúdica possibilita que muitas capacidades sejam trabalhadas, a criança passa a notar suas atitudes, por ser um ato espontâneo a criança pratica sozinha ou em grupos.
A criança que brinca aprende a se relacionar melhor com o grupo e de acordo com sua maturidade vai entendendo sobre sentimento e a se colocar no lugar no outro.
Enquanto age, a criança aprende desde o nascimento os estímulos contribuem para seu desenvolvimento, quanto mais interagirmos com ela, mais ela participa. Muitas vezes ela age pela emoção e na brincadeira ela internaliza esse momento, podendo ser quem ela quiser ser, se libertando, construindo, imaginando, se satisfazendo. Esse momento é só dela.
Outra forma importantíssima de se trabalhar o lúdico em sala de aula é através da realização de atividades envolvendo expressão dramática. Com esse tipo de trabalho, a criança desenvolve o poder imaginativo, explora a expressão corporal, fazendo com que ela crie e recrie constantemente o seu universo, traçando relações entre a realidade e a fantasia. É a oportunidade da criança, vivenciar diferentes papéis, ampliando sua imaginação e criatividade de modo prazeroso e alegre.
3.2 JOGOS E BRINCADEIRAS NA ALFABETIZAÇÃO
Segundo Piaget (1973) os jogos e as brincadeiras são considerados importantes atividades na educação de crianças, uma vez que lhes permitem o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, social, moral e a aprendizagem de conceitos. Os jogos também auxiliam a raciocinar, a desenvolver o pensamento lógico, a expandir o vocabulário e a descobrir relações matemáticas e fatores científicos.
Existe uma grande variedade de jogos a serem utilizados para facilitar o processo de ensino aprendizagem dos alunos e, além disso, ajuda a desenvolver as habilidades necessárias para a alfabetização destacam-se:
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Jogos educativos aquele que tem a função pedagógica, desde que contemple o estágio de desenvolvimento, o interesse e o prazer da criança em realizar aquela atividade. Professor e aluno devem estar engajados na atmosfera lúdica, a experimentação, descoberta, criatividade são aspectos que devem ser respeitados. Os jogos e materiais pedagógicos podem ser confeccionados pelos professores e devem obedecer a critérios de tamanho, espessura, peso e cor, de acordo com a habilidade motora e sensorial do aluno. São muito úteis às sucatas, folhas coloridas, fotos e gravuras, velcro, ímãs, etc.;
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Piaget classificou os jogos em três categorias que se referem às etapas do desenvolvimento infantil:
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Fase sensório-motora (do nascimento aos 2 anos aproximadamente): a criança brinca sozinha, não necessita de regras, não possui noção sobre as mesmas;
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Fase pré-operatória (dos 2 anos aos 5 ou 6 anos): a criança começa a brincar com outras crianças jogos do tipo faz-de-conta e começa a adquirir a noção de regras;
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Fase das operações concretas (dos 7 aos 11 anos): aqui as crianças aprendem as regras dos jogos e querem jogar em grupos.
Portanto, para o autor citado acima, o desenvolvimento cognitivo é ligado por mudanças tanto qualitativas como quantitativas relacionadas aos períodos anteriores, permitindo que o aluno se construa e reconstrua a cada estrutura, tornando cada vez mais apto ao equilíbrio. As mudanças caracterizadas como qualitativas, são aquelas referentes em números ou quantidade, como peso, altura, tamanho do vocabulário. Já, a quantitativa alude à mudança na estrutura do individuo, ou seja, são aprendizagens de novas habilidades, tomando como exemplo nas crianças, a comunicação não verbal para a verbal.
O jogo na educação torna a aprendizagem significativa e bastante dinâmica, pois ele proporciona a interação social da criança, a expressão afetiva, o desenvolvimento da linguagem e da cognição, além de ajudar na apropriação de regras sociais, experiências motoras e imersão no universo cultural. Os jogos, mais especificamente estimulam o raciocínio, desenvolvem novas habilidades, a construção de novos conhecimentos, ensina a lidar com os resultados e desafia a produção de soluções para situações-problema.
Os jogos possuem duas funções no processo de ensino-aprendizagem. A primeira é lúdica, onde a criança encontra o prazer e a satisfação no jogar, e a segunda é educativa, onde através do jogo a criança é educada para a convivência social, já que o mundo à qual faz parte possui leis e regram as quais precisam ser conhecidas e internalizadas. A criança estando em um constante processo de desenvolvimento, ela brinca, porque a brincadeira faz parte do seu desenvolvimento.
Destacamos que os jogos tem papel fundamental nesse início de aprendizagem das crianças, é na alfabetização que se pode trabalhar com aplicação de jogos, ou seja, fazendo uma junção do concreto com o lúdico para melhor aproveitamento dos conteúdos e assim facilitando a aprendizagem.
Através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e o que é mais importante, vai se socializando. A finalidade do uso do Lúdico na idade infantil e na adolescência é essencialmente pedagógica. A criança, em geral, apresenta resistência à escola e ao ensino, isso se dá por conta da experiência escolar não ser prazerosa, acima de tudo ela não é lúdico.
O brinquedo e o jogo fazem parte da cultura da criança e seus usos permitem a inserção deles na sociedade. Brincar é uma necessidade básica do ser humano na infância assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação. Brincar ajuda no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona ideias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói o seu próprio conhecimento. O jogo é essencial para a saúde física e mental, permite à criança vivências do mundo adulto e isto possibilita a mediação entre o real e imaginário. (SANTOS, 2000 p. 20).
Atualmente a sociedade compreende a importância do brinquedo, mas ao mesmo tempo em que reconhece, ela limita o tempo e o espaço que a criança tem para brincar, restringindo a cultura infantil ao consumo de brinquedos produzidos para ela e não por ela. Para que os brinquedos proporcionem momentos reais de socialização e aprendizagem, Gomes e Castro (2010) propõem que a escola necessita possibilitar momentos agradáveis, propiciando a criatividade. O objetivo é que o aluno assimile os conteúdos brincando e construindo seus brinquedos, onde naturalmente o professor poderá utilizar-se de sucatas.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional:
As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro) jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos da criança por meio da atividade lúdica. (1998, v1. p.28).
O objetivo que ser quer com o brinquedo na escola é o de superar as limitações da aprendizagem que as técnicas e ações pedagógicas tradicionais não conseguem fazer sozinhas. A brincadeira também está presente no desenvolvimento do pensamento infantil, por isso brincar faz parte da realidade e do cotidiano infantil. Quando as crianças, indistintamente de sua condição, em relação a necessidades educacionais especiais, brincam juntas, promovem a comunicação e a criação de um ambiente mais harmônico, superando com isto, os inúmeros desafios e dificuldades encontrados no dia a dia escolar. A atividade lúdica é um instrumento que possibilita as crianças a aprenderem relacionar-se com outros, promove maior desenvolvimento cognitivo, motor, social e afetivo. Através do brincar, a criança experimenta, descobre, inventa, adquire habilidades, além de estimular a criatividade, autoconfiança, curiosidade, autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração conforme alguns dos jogos e brincadeiras, portanto gerando um amadurecimento de novos conhecimentos.
3.3 MÚSICA
A música é uma manifestação artística e cultural de um povo, que envolve principalmente o sentido auditivo, estabelece relações entre humanos e o seu meio e está intrinsecamente vinculada à dança. Não se têm ainda uma definição exata para conceituá-la tornando-a como uma “arte efêmera”, ela podem estar vinculada as épocas históricas, ao regionalismo, a opção pessoal, a movimentos sociais, a busca da criticidade e denúncia, entre outras coisas.
A música constitui-se da combinação de vários sons, ritmos, harmonia e melodia, seguindo uma pré-organização ao longo do tempo.Sabe-se que é uma forma de linguagem que se utiliza da voz, instrumentos musicais e outros artifícios para expressar algoa alguém.No sentido amplo é a organização temporal de sons e silêncios (pausas). No sentido restrito, é a arte de coordenar e transmitir efeitos sonoros, harmoniosos e esteticamente válidos, podendo ser transmitida através da voz ou de instrumentos musicais.
A música pode ser constituída por composições organizadas ou improvisadas e sua principal função é expressar sentimentos, assim como de qualquer linguagem artística. Ela tem um papel social importante, através da sua expressividade o compositor pode manifestar emoções, críticas, renúncia, etc.
A música evoluiu através dos séculos, resultando numa grande variedade de gêneros, estilos e formas musicais. Separá-las em gêneros, subgêneros e estilos é uma tentativa de classificar cada composição de acordo com critérios objetivos, que não são sempre fáceis de definir. Os principais gêneros aceitos na classificação são: música erudita/clássica, ópera,instrumental, popular, folclórica/nacionalista/tradicional esacra/religiosa, cada uma dessas divisões possui centenas de subdivisões.
Como a música não é um fenômeno estanque, cada músico é constantemente influenciado por outros gêneros, por isso devemos considerar a classificação musical como um método útil para o estudo e comercialização, mas sempre insuficiente para conter cada forma específica de produção. Cada composição ou execução pode se enquadrar em mais de um gênero ou estilo e muitos consideram que esta é uma forma artificial de classificação que não respeita a diversidade da música. Ainda assim, a classificação em gêneros procura agrupar a música de acordo com características em comum.
Atualmente a música apresenta várias funções, não só na arte, mas também na área educacional, militar, religiosa, social e terapêutica. Sua história se confunde as diversas formas de comunicação e com a própria história do desenvolvimento da inteligência e da cultura humana, ela surge da necessidade de organizar esses diferentes sons produzidos.
No âmbito educacional, a música é uma ferramenta de suma importância no processo de ensino aprendizagem, pois “atinge” o educando, possibilita trabalhar os conteúdos de forma diferenciada, propõe aos discentes diferentes formas de manifestar ou adquirir conhecimentos (compondo, ouvindo, analisando, reinventando, etc.).
A aprendizagem criativa em música pode indicar uma alternativa possível quando se deseja construir uma educação musical na escola básica que contribua com a formação de pessoas mais sensíveis, solidárias, críticas e transformadoras, quando a criação abre a possibilidade de pensar um mundo melhor. (BEINEKE, 2012, p.56).
No dia a dia da escola a música torna-se um recurso que promove a interação sociocultural. Ela também pode atuar na questão cognitiva dos educandos, pois auxilia no desenvolvimento da criatividade e das competências leitora e escritora.
A música em si, através da sua representação gráfica, pode ser considerada uma ferramenta muito importante para se trabalhar em sala da aula na alfabetização das crianças.(SEKEFF, 2007, p.45).
A música deve ser utilizada como elemento significativo no processo pedagógico, ela deve ser visualizada dentro daspossibilidades de contextualização, respeito, sensibilidade, troca de experiências, conhecimentos, dinâmicas, novas vivências, etc. O trabalho é bastante vasto quando se considera essa linguagem artística, cabe ao educador se apropriar desse recurso e planejar uma sequência didática prazerosa e ao mesmo tempo, significativa.
3.4 DANÇA
A dança é uma linguagem artística que envolve principalmente a expressão corporal, é a arte de movimentar expressivamente o corpo seguindo movimentos e está vinculadaà música, envolvendo a expressão de sentimentos potenciados por ela. É considerada uma das três principais artes cênicas da antiguidade.
A dança caracteriza-se pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente estabelecidos ou improvisados. Quando estabelecidos os movimentos chamemos esses de coreografia e quando não de dança livre.
Historicamente a dança surgiu há muito tempo, desde a pré-história, quando os homens batiam os pés no chão. Apesar de ser uma manifestação artística pode ser usada como forma de divertimento ou cerimônia. No decorrer da história serviu em diferentes ocasiões: no período de colheitas, nos rituais aos deuses, na época das caçadas, nos casamentos, em momentos de alegria ou tristeza, ou ainda, em homenagem à mãe natureza. É considerada a mais completa das artes, pois envolve elementos artísticos como a música, o teatro, a pintura e a escultura, sendo capaz de exprimir tanto as mais simples, quanto as mais fortes emoções.Sua manifestação pode ocorrer em diferentes locais como ruas, eventos, casas de show, video-clip, academias, clubes, etc., portanto, apresenta funções diversas.
Assim como qualquer linguagem artística, a dança sofre influências sociais, econômicas e culturais. Existem vários tipos de dança: ballet clássico, danças folcloricas (dança de rua, funk, kuduro, dança do ventre, frevo, etc), dança de salão (foxtrot, rumba, charleston, samba, twist, etc.), dança contemporâneas, danças de roda/circulares/em fila, danças sagradas/ profanas e ritualísticas, etc.
Atualmente, a dança denominada contemporânea sofre influências dos movimentos do passado, como das novas possibilidades tecnológicas (vídeo, instalação). Surgindo possibilidades de fusão com outras áreas artísticas como o teatro, por exemplo.
No campo educacional, a dança faz parte do conteúdo curricular da disciplina de Arte e de Educação Física. Na disciplina Arte a dança é trabalhada como atividade e linguagem artística, forma de expressão, socialização, como conceito, linguagem estética de arte corporal, como atividade de arte cênica e para apresentações.Já na Educação Física o propósito da dança é diferente podendo até se inserir como cultura corporal de movimento humano, é utilizada de forma instrumental, assim como a ginástica, os esportes e as lutas, deve enfocar o aspecto motor, biopsicossocial, como forma de atividades para condicionamento físico, emagrecimento, melhoria do convívio intra e interpessoal, bem estar e saúde.
“a dança é um conteúdo fundamental a ser trabalhado na escola: com ela, pode-se levar os alunos a conhecerem a si próprios e/com os outros; a explorarem o mundo da emoção e da imaginação; a criarem; a explorarem novos sentidos, movimentos livres (…). Verifica-se assim, as infinitas possibilidades de trabalho do/ para o aluno com sua corporeidade por meio dessa atividade”.(PEREIRA, 2001).
A dança mais do que uma expressão artística, pode ser vista como opção e fonte de lazer e prazer, auxilia na manutenção da saúde física e mental e é um meio de adquirir conhecimentos (históricos, diversidade cultural, motricidade, etc.), sendo importante para o desenvolvimento da criatividade e da comunicação podendo ser utilizada como ferramenta metodológica no processo de ensino aprendizagem.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo me fez pensar e repensar sobre as práticas pedagógicas com os alunos na fase de alfabetização, teve como objetivo investigar a importância e o valor que a Ludicidade tem no processo ensino aprendizagem para os alunos. Percebemos através das leituras realizadas como as atividades lúdicas podem ajudar a escola no processo de ensino- aprendizagem de forma significativa. Além disso, os jogos educativos estimulam o desenvolvimento cognitivo, iniciando a criança em novos conhecimentos, favorecendo o desenvolvimento das funções mentais e a aquisição dos conhecimentos escolares como calcular, ler e escrever. Por meio dos jogos o aluno assimila pela observação e pela manipulação, fazendo-se necessário que o professor perceba a singularidade, as especificidades, as dificuldades e o ritmo de cada um para poder atender as suas necessidades, devendo planejar os objetivos, selecionando os materiais ou objetos que pretende usar, conduzindo, orientando e informando, pois os jogos não trazem um saber pronto e acabado.
A criança deve ser motivada através dos jogos, principalmente, pelo fato de ser uma prática já realizada por elas antes da inclusão no processo educacional. A educação por meio do lúdico possibilita um favorável crescimento da criança, investindo numa elaboração íntegra do conhecimento infantil. Enquanto joga e brinca, podem ser recriados conceitos cotidianos, compreendendo, encenando, reelaborando a realidade, contribuindo assim para uma maneira melhor de se relacionar com o outro e desenvolvendo sua identidade e autonomia.
Como podemos perceber os jogos, brincadeiras e outras atividades lúdicas são necessárias em sala de aula e podem com certeza contribuir para o desenvolvimento da criança, bem como para a fixação dos conteúdos propostos, destacamos a importância de estimular as crianças da educação infantil, o que colabora com seu desenvolvimento motor e consequentemente um amadurecimento. Entende-se que o desenvolvimento infantil, independente da teoria relacionada a ele, tem como pontos principais o movimento, o afeto e o intelecto, o que remete diretamente a psicomotricidade. Não tem como falar de desenvolvimento sem falar de brincar, é um estimulo que leva ao outro, dando continuidade e alegria nesse processo.
A criança em fase pré-escolar aprende por meio de sua vivência corporal, através da exploração do ambiente e da manipulação de objetos. Sendo assim, um dos focos da Psicomotricidade na Educação Infantil é criar espaços e oportunidades para que elas se vejam capazes de realizar as mais diversas atividades, tornando-se mais saudáveis, confiantes e autônomas. É na escola, através da mediação do professor com o aluno, que o processo de desenvolvimento ocorre por completo. O ser humano por si só, não consegue desenvolver-se sozinho, ele necessita de estímulos e de um mediador para que esse processo se realize.
Para tanto, faz-se necessário que os professores planejem suas atividades buscando responder questões essenciais para a sua prática, verificando se os jogos, brinquedos e brincadeiras realmente atendem as necessidades de seus alunos, bem como aos objetivos de aprendizagem. Chegou-se também à conclusão de que é de suma importância que o professor leve para a sala de aula as brincadeiras, desenvolvendo através delas os conteúdos a serem trabalhados.
O ambiente escolar pode e deve propiciar condições para o educando entrar em contato sistematizado com o universo artístico visto que isso contribuirá efetivamente para o desenvolvimento de cidadãos habilidosos e conscientes de seu papel social. As diferentes linguagens artísticas (artes visuais, teatro, música e dança) devem ser trabalhadas e contempladas. No entanto, a contemplação e a criatividade nas artes devem transcender o ambiente escolar.
Faz-se necessário investir na expansão dos espaços culturais, conceber um ambiente ondeos educandostenham acesso a um material visual, ferramentas de interatividade, oficinas de pintura, dançam fotografia, artesanato, teatro, música, etc. É necessário promover visitas aos espaços culturais como museus, exposições, teatros, etc., essas atividades favorecem a ampliação do conhecimento de mundo e consequentemente promove apropriação de significados, além de estimular a busca por novas aprendizagens.
Na prática docente de qualquer educador, de qualquer disciplina, pode ser adotada autilização das diferentes linguagens artísticas como estratégia didática, pois estas favorecerão o desenvolvimento de diversas habilidades no educando. As manifestações artísticas possibilitam ampliação de conhecimentos históricos, culturais e sociais, estreitamento das relações intra e interpessoais, tanto quando o aluno é espectador como quando este passa a ser produtor do fazer artístico.
O trabalho com as diferentes linguagens artísticas pode ser bastante atraente e diversificado, permite que o educador e educando “reinvente” uma nova forma de “conhecer”, saindo da rotina de uma aula tradicional onde a única ferramenta é lousa ou no máximo um projetor. O aluno ao ser instigado pela proposta das diferentes linguagens artísticas passa a ser corresponsável pela sua aprendizagem e, portanto vira protagonista de todo processo.
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