De Fátima Patricia Leite
A Educação Física: a importância do lúdico no processo de ensino-aprendizagem nos anos iniciais do Ensino Fundamental
1.2.1 Professor Orientador:
Professor Fernando Matzenbacher, Mestre em Educação, Doutora em Educação, Professora da Disciplina de Pesquisa Aplicada em Educação Física na Faculdade de Educação Física e Fisioterapia da UPF. Email: denizeluz@upf.br, fone: 3316-8380 (Secretaria da FEFF)
1.2.2 Aluno Pesquisador
Fátima Patricia Leite, matrícula nº 126608, email: 126608@upf.br, fone: (54) 99637183. Acadêmica do Curso de Educação Física, da Faculdade de Educação Física e Fisioterapia da Universidade de Passo Fundo.
O presente trabalho tem como objetivo mostrar um olhar reflexivo sobre a importância do lúdico na aprendizagem que pode transformar a criança, já que brincar é uma atividade fundamental para que cresça e se desenvolva, pois quando brinca, interage e socializa com as crianças envolvidas na brincadeira e com o ambiente que está inserida, assim, aprende a viver em grupo, aprende limites e regras. O lúdico possibilita um crescimento intelectual, físico, social, motor e faz com que se concretize o processo ensino-aprendizagem de forma mais eficaz e prazerosa, tendo como objetivo enfatizar a importância do lúdico para o ensino-aprendizagem nos primeiros anos do Ensino Fundamental. Ao observar a realidade em que as crianças estão inseridas, cada vez mais expostas às tecnologias e a vários tipos de entretenimento, fica evidente o desafio do educador para que o processo de ensino-aprendizado seja divertido, prazeroso e eficaz. O lúdico é uma importante ferramenta disponível a ser utilizada, pois faz parte da infância de todo ser humano, e os jogos e brincadeiras estão presentes no cotidiano. Este estudo se baseou em uma considerável fundamentação teórica, onde ficou evidente que o lúdico pode ser um instrumento importante para o processo de ensino-aprendizagem e pode ser utilizado em todas as etapas da aprendizagem, pois auxilia no crescimento e desenvolvimento de todos os aspectos da criança. Constata-se que através do lúdico a criança cria, recria, se socializa e se diverte, aprende e descobre novos significados para as situações. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva e quantitativa através de um questionário com perguntas, que será aplicado para os professores dos primeiros anos do Ensino Fundamental do Instituto Estadual de Educação Castro Alves.
Palavras-chave: Lúdico. Ensino-aprendizagem. Criança.
Hoje as crianças já nascem inseridos na era digital, voltado às novas tecnologias e novos saberes. Então compete ao professor pesquisar e atualizar-se para ajudar as crianças no uso desta ferramentas com técnicas pedagógicas inovadoras de maneira prática e coerente para que ocorra o processo ensino aprendizagem de forma satisfatória, pois as crianças já vivenciam essas experiências da tecnologia em seu meio. O educador deve munir-se de recursos pedagógicos para que estimulem as crianças em uma aula de forma interativa e dinâmica, utilizando o jogo na sala de aula para que o aluno aprenda de forma lúdica e prazerosa.
Para que as Tecnologias possam trazer alterações no processo educativo, no entanto, elas precisam ser compreendidas e incorporadas pedagogicamente. Isso significa que é preciso respeitar as especificidades do ensino e da própria tecnologia para poder garantir que o seu uso, realmente, faça diferença. Não bastar usar a televisão ou o computador, é preciso saber usar de forma pedagogicamente correta a tecnologia escolhida (KENSKI, 2007, p.46).
Observando a nova realidade em que as crianças estão inseridas, onde esta cada vez mais expostas às tecnologias e a vários tipos de entretenimento, é evidente o desafio que o educador tem para que o processo de ensino-aprendizado seja divertido, prazeroso e eficaz. Assim, o lúdico é uma importante ferramenta e ser usada, pois este faz parte da infância de todo ser humano, e os jogos e brincadeiras estão presentes no cotidiano das crianças. Na infância a realidade e o faz-de-conta se entrelaçam então o lúdico pode ser usado não só como uma atividade para divertir, mas também pode ser um recurso fundamental e importante para a aprendizagem.
Quando a criança brinca expõe sentimentos e emoções, e pode se desenvolver os aspectos motores, cognitivos, sociais e afetivos, o lúdico através dos jogos e brincadeiras torna a aprendizagem mais prazerosa e eficaz, mencionando também que se exercita, mexe com o corpo e facilita a comunicação. Quando brinca a criança tem contato com objetos variados, com as outras crianças, e isso facilita sua interação com o ambiente a que pertence, e assim, participa e realiza tarefas que irão possibilitar seu autoconhecimento, aprendendo e podendo contribuir ao seu grupo social. E para que isso ocorra de forma eficaz é de plena responsabilidade do professor e dos colaboradores do ambiente escolar, estes devem adequar os jogos e brincadeiras á cada faixa etária e às características e singularidades de cada turma.
Diante disso, o desafio do professor é adequar sua metodologia, para que possa explorar ao máximo as atividades lúdicas, as brincadeiras e os jogos para atingir o objetivo das aulas e motivar seus alunos, saciando suas expectativas, sempre buscando adequar essas atividades às características e singularidades de cada turma. A ludicidade atualmente precisa de um lugar de destaque desde a educação infantil, pois brincar é sério, a através disso a criança aprende, se diverte, recria, e se relaciona com o mundo.
Ao perceber que muitos alunos não se interessam pelas aulas, muitas vezes expostas da forma tradicional, tornando-as cansativas e repetitivas, que se vê a necessidade de torná-las mais dinâmicas e atrativas e o lúdico pode ser a ferramenta determinante neste processo. Para que os alunos se interessem e se sintam atraídos pelas aulas, interagindo assim com os colegas e meio é importante que se traga a ludicidade para o ambiente escolar em sua totalidade. As brincadeiras e os jogos são uma forma leve e descontraída que o professor tem para atingir o objetivo das aulas, através de jogos tradicionais ou com atividades criadas considerando as características de cada turma. Através de atividades lúdicas o aluno fixa conteúdos, interagem com os colegas, professores e colaboradores, e obtém o pleno desenvolvimento de seus aspectos motores, cognitivos, emocionais e sociais, pois brincar faz parte da vida de toda criança.
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Problema de pesquisa
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De que forma os jogos e brincadeiras podem contribuir para o processo de ensino-aprendizagem e como o professor pode colaborar para o desenvolvimento integral da criança através do lúdico?
4.1Objetivo geral
Analisar a importância do lúdico para o processo de ensino-aprendizagem nos primeiros anos do Ensino Fundamental.
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Apontar como o lúdico pode ser um recurso importante para a aquisição do conhecimento;
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Mostrar a importância dos jogos e brincadeiras no processo de ensino-aprendizagem nos primeiros anos do Ensino Fundamental;
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Identificar como os educadores utilizam o lúdico em sala de aula;
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Verificar de que modo se pode utilizar atividades lúdicas no ambiente escolar;
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Descrever como atividades lúdicas podem desenvolver os aspectos cognitivos, motores, sociais e afetivos das crianças na educação infantil;
5.1 O Lúdico e a Importância de Brincar
O brincar está presente na vida de todo ser humano, através das brincadeiras e jogos a criança cria, recria e expressa sua alma. O brincar é essencial para o desenvolvimento integral do indivíduo, através da brincadeira a criança inicia sua interação com meio em que está inserida. Quando a criança brinca ela amplia a capacidade de falar, pensar, agir, imaginar, pois o lúdico junta ação, emoção, imaginação e prazer. O brincar é um comportamento existente há séculos e não depende da cultura ou classe social, atividade que faz parte da vida do ser humano, que possibilita o divertimento, a aprendizagem, a socialização, a comunicação, a troca de experiências e a interação.
De acordo com Almeida (2014) brincando a criança aprende a conviver, aceitar as regras, a lidar com frustrações. Desenvolve muitos aspectos como, a linguagem, pensamentos, atenção, concentração, assim agindo como agente capaz de ajudar a construir seu próprio conhecimento. A autora aponta que o lúdico é muito importante para o desenvolvimento da criança que precisa de atenção especial por parte dos educadores, pois cada criança é um ser diferente, com angústias e anseios, com experiências e dificuldades e que por meio de atividades lúdicas o educador pode conhecê-las mais a fundo.
Para Almeida (2014) o sucesso da aprendizagem depende de muitos fatores e as atividades lúdicas são um mecanismo muito eficaz para atingir a aprendizagem plena, já que através dessas atividades é possível que se estimule o interesse, a criatividade, a interação, a capacidade de observar, de experimentar, de inventar e possível também relacionar os conteúdos e os conceitos. Assim, o professor deve sugerir, estimular e explicar, sem impor a forma que cada um deve agir e sim deixar que a criança aprenda e descubra destro de suas habilidades. O professor pode possibilitar também um ambiente agradável, para que as crianças possam se sentir descontraídas e confiantes.
De acordo com Martini (2014, p. 12),
brincar é a principal atividade infantil e enquanto brinca, a criança entra em contato com o meio e com outras crianças. Nesses contatos ela interage e realiza diferentes atividades que são necessárias para conhecer, aprender e constituir-se como sujeito pertencente ao grupo social e cultural no qual convive (MARTINI, 2014, p.12).
Segundo Pinto e Tavares (2010), o lúdico é uma necessidade humana que proporciona a interação da criança com o ambiente em que está inserida, e é considerado um meio de expressão e aprendizado. As atividades lúdicas possibilitam a incorporação de valores, o desenvolvimento cultural, assimilação de novos conhecimentos, o desenvolvimento da sociabilidade e da criatividade. E assim, a criança encontra o equilíbrio entre o real e o imaginário e tem a oportunidade de se desenvolver de maneira prazerosa.
Conforme Kishimoto (apud PINTO e TAVARES, 2010), o lúdico é um instrumento capaz desenvolver a linguagem e o imaginário, é um meio de expressão de qualidades espontâneas ou naturais da criança, um momento para observar a criança, que através dele expressa sua natureza psicológica e suas inclinações. Momento de aprender valores importantes, socialização e a internalização de conceitos de maneira significativa.
De acordo com Malaquias e Ribeiro (2013), o lúdico é parte integrante do mundo infantil da vida de todo indivíduo. Os jogos e brinquedos fazem parte da infância de todas as crianças, onde a realidade e o faz de conta se intercalam. O olhar sobre o lúdico deve ser visto como diversão e entretenimento e também ser entendido, como um recurso de grande importância no processo de ensino-aprendizagem na fase da infância.
Malaquias e Ribeiro (2013) afirmam ainda que o mundo infantil seja diferente de uma maneira qualitativamente do mundo adulto, nele existe a fantasia e o faz de conta, as crianças sonham e o descobrem muitas coisas. Através das brincadeiras a criança tem oportunidade de se conhecer e constituir-se socialmente. Quando brinca a criança tem espontaneidade e poderá explicitar as diferentes percepções concebidas dentro do seu contexto familiar e social.
Brincando e jogando a criança constrói a consciência de si, do outro e da relação entre ambos. Pelo jogo a criança explora os objetos que acerca, melhora sua agilidade física, experimenta seus sentidos e desenvolve seu pensamento. Algumas vezes brinca sozinha, em outras, na companhia de outras crianças, desenvolvendo também o comportamento em grupo. Podemos dizer que aprende a conhecer a si própria, ao mundo que a rodeia e aos demais (MARTINI, 2014, p.14).
Assim, pode-se constatar que quando a criança brincar sente prazer naquela atividade, isso faz com que ela conheça o mundo e a si mesma, construído assim suas memórias afetivas. A brincadeira aguça os sentidos, desenvolve o corpo e o proporciona a integração com o meio e com os sujeitos pertencentes a ele.
5.2 O Lúdico e o Processo Educacional
Malaquias e Ribeiro (2013) apontam que utilização de jogos e brincadeiras no meio educacional proporciona para as crianças o aprimoramento de diversos conhecimentos de forma lúdica. E para os educadores, proporciona motivação ao trabalharem com o lúdico, por isso é preciso um conhecimento maior do tema, para poder intervir nas brincadeiras das crianças, de maneira a acrescentar. Contudo, faz-se necessário auxiliar a criança, de maneira sutil, para que brinque com diversos tipos de brinquedos.
Pinto e Tavares (2010, p. 234) afirmam que
“É necessário que as escolas sensibilizem no sentido de desmistificar o papel do lúdico, que não é apenas um passatempo, mas sim uma ferramenta de grande importância na aprendizagem em geral, inclusive de conteúdos, pois propõe problemas, cria situações, assume condições na interação, responsável pelo desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo da criança” (PINTO E TAVARES, 2010, p. 234).
A ludicidade integra a vida da criança desde os primeiros anos de vida é capaz de desenvolver integralmente a criança, e
O lúdico desempenha um papel vital na aprendizagem, pois através desta prática o sujeito busca conhecimento do próprio corpo, resgata experiências pessoais, valores, conceitos, busca soluções diante dos problemas e tem a percepção de si mesmo como parte integrante no processo de construção de sua aprendizagem, que resulta numa nova dinâmica de ação, possibilitando uma construção significativa (PINTO e TAVARES, 2010, p. 233).
Malaquias e Ribeiro (2013) afirmam que um dos objetivos do trabalho lúdico é auxiliar a criança a obter um melhor desempenho na aprendizagem utilizando uma metodologia espontânea, divertida e recreativa, e o lúdico age como forma de comunicação das crianças, e dessa forma, tornando a aprendizagem de acordo como seu modo de vê o mundo, respeitando suas características e raciocínios próprios.
A educação lúdica, na sua essência, além de contribuir e influenciar na formação da criança e do adolescente, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integra-se ao mais alto espírito de uma prática democrática enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio (ALMEIDA, apud MALAQUIAS e RIBEIRO, 2013.
O lúdico possibilita um desenvolvimento global e uma visão de mundo mais real. Através das descobertas e da criatividade, a criança pode se expressar, analisar, criticar e transformar a realidade.
Se bem planejada aplicada e compreendida, a educação lúdica poderá contribuir para a melhoria do ensino, quer na qualificação ou formação crítica do educando, quer para redefinir valores e para melhorar o relacionamento do convívio na sociedade.
Para que a educação lúdica caminhe efetivamente na educação é preciso refletir sobre a sua importância no processo de ensinar e aprender, pois por meio das atividades lúdicas, a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo, aceita a existência dos outros, estabelece relações sociais, constrói conhecimentos, desenvolvendo-se integralmente.
De acordo com Malaquias e Ribeiro (2013) a educação através do lúdico possibilita maior crescimento da criança, investindo numa elaboração íntegra do conhecimento infantil. Enquanto joga e brinca, a criança recria conceitos do cotidiano, compreendendo, encenando, reelaborando a realidade, e contribuindo para uma maneira melhor de se relacionar com o outro e desenvolvendo sua identidade e autonomia.
Malaquias e Ribeiro (2013) apontam que quando o lúdico é utilizado como método pedagógico prioriza a liberdade de expressão e criação do aluno. E pode possibilitar à criança aprender de uma forma menos rígida, mais tranqüila e prazerosa, e possibilita também o alcance dos mais diversos níveis do desenvolvimento. Mas para isso, precisa uma estimulação por parte do professor para a criação de ambiente que favoreça a propagação do desenvolvimento infantil, por intermédio da ludicidade.
De acordo com Martins (2011) o lúdico nos anos iniciais do ensino fundamental é diretamente ligado ao saber lidar com as questões do cotidiano do ambiente escolar, para que os alunos sejam levados a se sentirem e se situarem como sujeitos transformadores do ambiente educacional e social. O autor afirma ainda que o lúdico está presente na vida escolar da criança e tem como pressuposto servir ao desenvolvimento da criança como individuo e a ajudar na construção do conhecimento, e esses dois aspectos estão diretamente ligados. O lúdico também favorece a autonomia da criança, propicia situações de aprendizagem e desenvolvimento das capacidades cognitivas, pois por meio do lúdico o individuo aprende a agir, sua curiosidade é estimulada e sua autonomia é exercitada, pois ele é fonte de prazer e ao mesmo tempo fonte de conhecimento.
Ainda de acordo com Martins (2011) o brincar e brinquedo estiveram presentes na vida do ser humano desde sempre, não importando a classe social, raça, gênero ou cultura. E isso evidencia a riqueza que o brincar e o brinquedo trazem para o desenvolvimento humano. Por isso, é fundamental que se trabalhe adequadamente para que o lúdico contribua de forma significativa para a construção do conhecimento e da identidade a criança.
Assim, Martins (2011) afirma que os jogos e as brincadeiras precisam ser vistos como parte integrante da educação, pois através dos recursos lúdicos é possível dar continuidade à construção da subjetividade e da autonomia da criança.
5.3 A Importância do jogo no Desenvolvimento Infantil
Para Huizinga (apud TAVARES e JÚNIOR, 2010), o jogo é um dos conhecimentos mais antigos de nossa cultura, ele foi criado para possibilitar divertimento e prazer aos seres humanos. Para o autor, a não seriedade quando se pratica um jogo não implica que nele não exista a seriedade, pois a criança, quando brinca, brinca de forma compenetrada. Segundo Kishimoto (apud TAVARES e JÚNIOR, 2010), essa pouca seriedade está se relaciona ao cômico e ao riso, a criança, quando brinca, se distancia da vida cotidiana, assim, encontra-se no mundo imaginário, e o jogo só é jogo quando apenas pensam em brincar. Mas, para a autora, muitas vezes quando o jogo se engaja no processo educativo desvirtua esse critério, porque prioriza a aprendizagem de noções e habilidades durante as aulas.
Almeida (1984, p.15) aponta que,
Os jogos constituíam sempre uma forma de atividade natural do ser humano, tanto no sentido de recrear e de educar ao mesmo tempo. Entre os egípcios, os gregos, os romanos, os mais e mesmo entre os indígenas, os jogos serviam de meios para a geração mais adulta transmitir aos mais jovens, seus conhecimentos físicos, sociais e culturais (ALMEIDA, 1984, p. 15).
Conforme Froebel (apud ALMEIDA, 1984), a pedagogia deve considerar a criança como um ser criador e despertar, através de estímulos, as suas faculdades próprios para uma criação produtiva. Com Froebel os jogos são fortalecidos como métodos lúdicos na educação. Assim afirma que um grande professor faz do jogo uma arte, um instrumento capaz de promover a educação para as crianças.
Segundo Almeida (1984) os jogos são atividades primária para qualquer ser humano.
É principalmente na criança que se manifestam de maneira espontânea, aliviam a tensão e permitem a reeducação do comportamento, o aumento do coeficiente da autoconfiança e suficiência, a expansão do eu e, às vezes, a sublimação das tendências instintivas; fazem a criança agir com firmeza; trazem grandes benefícios, não só do ponto de vista físico, mas intelectual e social. (ALMEIDA, 1984, p.25).
Almeida (1984) afirma que os jogos trazem inúmeros benefícios para a criança, são eles:
a) Benefícios físicos: os jogos devem fazer parte da vida física da criança e do adolescente, pois satisfazem as necessidades do crescimento, estimula as aptidões físicas e aperfeiçoa os movimentos.
b) Benefícios intelectuais: os jogos produzem uma excitação mental agradável e tem influencia fortificante. Os jogos pedagógicos desenvolvem o nível intelectual, a memória, a atenção, observação, raciocínio e contribuem para a desinibição.
c) Benefícios sociais: as dinâmicas lúdicas favorecem a formação da personalidade humana, formando cidadãos capazes de agir cooperativamente, e capazes de trabalhar o egocentrismo, presente em crianças pequenas.
d) Benefícios didáticos: o jogo é um agente poderoso para a aprendizagem, pois desperta o interesse da criança pelo determinado assunto, pode ser aplicado em diversas atividades, pois o que agrada ensina de forma mais eficaz.
Kishimoto (1994) indaga sobre a diferença entre o jogo e o material pedagógico, se o jogo educativo quando empregado em sala de aula é de forma real um jogo e só ou esse jogo se torna um meio de alcançar os objetivos da aula. Pois é possível observar que a manipulação de objetos facilita a aquisição de conceitos, então é possível que a utilização de materiais concretos subsidie a tarefa do professor, ao substituir ou aliar os antigos materiais didáticos, por objetos conhecidos como brinquedos. Dessa forma,
“Se brinquedos são sempre suportes de brincadeiras, sua utilização deveria criar momentos lúdicos de livre exploração, nos quais prevalece a incerteza do ato e não se buscam resultados. Porém, se os mesmos objetos servem como auxiliar da ação docente buscam-se resultados em relação à aprendizagem de conceitos e noções ou, mesmo, ao desenvolvimento de algumas habilidades. Nesse caso, o objeto conhecido como brinquedo não realiza sua função lúdica, deixa de ser brinquedo para tornar-se material pedagógico. Um mesmo objeto pode adquirir dois sentidos conforme o contexto em que se utiliza: brinquedo ou material pedagógico” (KISHIMOTO, 1994, p.14).
Campagne apud Kishimoto (1994) aponta que o jogo na educação possui duas funções básicas, que são: a função lúdica, onde o jogo proporciona diversão, prazer ou até mesmo desprazer; e a função educativa, onde o jogo ensina algo ao individuo que complete seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo.
Almeida (1984, p.19) afirma que “os jogos constituem atividades básicas do ser humano em toda a sua vida. É necessário, porém, adaptar os jogos de acordo com as fases do desenvolvimento do ser humano”. Assim, de acordo com Almeida (1984, p. 19-20), devem-se considerar as fases do desenvolvimento psicogenético estabelecido por Piaget:
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Fase Sensório-motora (1 a 2 anos): nesta fase a criança desenvolve os sentidos e os movimentos, olhando pegando, ouvindo e mexendo, assim ela se diverte. O jogo nesta fase serve para a criança assimilar o real ao seu eu.
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Fase da Inteligência Simbólica (2 a 4 anos): é a fase do faz-de-conta, onde a criança imita tudo e todos, imagina ser um motorista, um herói, imita o pai e a mãe em sua tarefas. O jogo nesta fase também serve para assimilar o real ao eu, e nesta fase a criança gosta de participar de brincadeiras simples, jogos de encaixar, modelagem, cantos etc.
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Fase da Inteligência Intuitiva (4 a 7 anos): é a fase da “credibilidade” e da intuição, e aceita facilmente as explicações quer saber de tudo. Nesta fase a criança transforma o real em função das inúmeras necessidades de seu eu, brinca com outras crianças, não observa as regras e sempre vê mais as suas atividades do que as dos colegas de brincadeira. A criança nesta fase gosta de brincadeiras variadas, jogos livres, jogos de coordenação motora, de observação e exploração, mágicas, etc.
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Fase da inteligência Operatória Concreta (7/8 aos 11/12 anos): aqui a criança começa a pensar de forma inteligente, nesta fase o jogo se transforma pouco a pouco e exige sempre mais trabalho ativo das crianças no processo de aprendizagem. Com os jogos pedagógicos as crianças podem assimilar as realidades intelectuais, se receberem condições e orientações para aprender brincando. E gostam de jogos de regras, damas, dominó, cartas, experiências, etc.
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Fase da Inteligência Operatória Abstrata (a partir dos 11/12anos): fase das operações formais, o caráter geral é a conquista de um raciocínio novo baseado em hipóteses, nesta fase a criança já é capaz de julgar e se ser criativa. Os jogos devem ser bem organizados, com informações corretas, objetivos bem definidos. Gostam de jogos intelectuais, quebra-cabeça, testes e adivinhações.
Assim fica evidente que os jogos devem ser sempre pensados e planejados antes de sua aplicação em sala de aula, pois devem ser considerada a faixa etária que será aplicado, bem como a individualidade e singularidade da turma.
Segundo Piaget apud (ALMEIDA, 1984, p. 21) “é pelo fato de o jogo ser um meio tão poderoso para a aprendizagem das crianças que em todo o lugar onde se consegue transformar o jogo a iniciativa da leitura ou da ortografia, observa-se que as crianças se apaixonam por essas ocupações tidas como maçantes”.
Observa-se então que o jogo e a brincadeira são fatores fundamentais durante a infância, pois possibilitam que a criança interaja e se socialize com o grupo. Ressalta-se também que o jogo e a brincadeira exigem movimentação física, envolvimento emocional e também provocam o desafio da mente. De acordo com Kishimoto (1994), os jogos colaboram para o desenvolvimento da linguagem, da comunicação, a aprendizagem das convenções e a aquisição das habilidades sociais.
Conforme Paiva (2012) utilizar jogos na aprendizagem é possível fazer com que s alunos aprendam a aprender, a estudar, a investigar, a tomar decisões, a analisar as condições, etc. Por isso, é necessário pensar que o jogo não é apenas um entretenimento, porque ele envolve responsabilidade, respeito, por aqueles que estão envolvidos no jogo e pelo grupo em geral, pois não se trata de passar algum tempo jogando, mas um tempo para aprender brincando, de forma divertida.
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Materiais e métodos
O estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo. Conforme Diehl e Tatim (2004) este tipo de pesquisa tem como objetivo a descrição de características de uma determinada população e assim, estabelecer relações entre variáveis.
A presente pesquisa se realizará no Instituto Estadual de Educação Castro Alves, localizado na Rua Eliseu de Almeida, n° 131, no município de Barros Cassal/RS.
Farão parte deste estudo os professores atuantes nos primeiros anos do ensino fundamental, 1 professor do 1° ano, 1 professor do 2° ano, 1 professor do 3° anos, 1 professor do 4° ano e 1 professor do 5° ano, totalizando cinco professores.
Para a eficaz realização da presente pesquisa é necessário que se tenha um contato permanente com a instituição e seus colaboradores, por isso primeiramente houve uma contato com a diretora da escola Vadéti Fàtima Pereira, onde obteve a autorização da mesma para realizar o presente estudo na instituição. Os TCLEs serão encaminhados para a diretora e os professores que participarão da pesquisa para a obtenção das assinaturas.
Após obter as devidas autorizações, para obter os dados necessários para a presente pesquisa será disponibilizado um questionário com perguntas semi estruturadas com o objetivo de obter com maior fidelidade possível as informações para embasar este trabalho. De acordo com Diehl e Tatim (2004) as técnicas de coleta de dados são escolhidas de acordo com o contexto da pesquisa, e sua eficácia depende de uma utilização adequada. Assim, quando é utilizada uma coleta de dados adequada com o que busca aprofundar com o conteúdo da pesquisa, o resultado fica mais consistente e concreto. Do mesmo modo, é importante que todos esses dados sejam utilizados de maneira eficaz e sirvam de suporte para a instituição. Uma das diversas técnicas utilizadas em uma pesquisa é o questionário que se trata de um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que respondidas por escrito sem a presença do entrevistador. O questionário aplicado será analisado e as informações contidas serão utilizadas com a máxima fidelidade às respostas obtidas.
Para consolidar a presente pesquisa será utilizado um questionário com perguntas semi estruturadas abertas com o objetivo de analisar como os professores vêem a importância de utilizar o lúdico como uma ferramenta auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. As perguntas que norteiam o questionário que será aplicado abordaram o seguinte: se os professores utilizam o lúdico em sala de aula como um recurso facilitador da aprendizagem, como observam o interesse da equipe escolar e dos alunos referente ao lúdico, se encontram dificuldades em aplicar e adequar jogos e brincadeiras aos conteúdos, e se a escola disponibiliza recursos lúdicos para os professores, entre outras questões.
Além do questionário, outros materiais serão utilizados para realizar a pesquisa como: livros e internet com autores e assuntos que abordem o tema em estudo, com artigos relacionados, para um levantamento bibliográfico mais consistente, além de folhas de ofício, canetas, Xerox, etc..
Os dados serão analisados de forma qualitativa, de forma que foram organizados em categorias, a partir dos elementos e variáveis trazidos pelo questionário utilizado.
O presente trabalho será apresentado em Mostra de Iniciação Científica, e posteriormente será encaminhado para publicação em revista indexada.
CRONOGRAMA – 2016
Atividades a serem realizadas |
ANO – 2016 |
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Março |
Abril |
Maio |
Junho |
Julho |
Agosto |
Setembro |
Outubro |
Novembro |
Dezembro |
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Definição do tema |
X |
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Elaboração do projeto |
X |
X |
X |
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Orientação |
X |
X |
X |
|||||||
Encaminhamento ao CEP |
X |
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Coleta dos Dados |
X |
X |
||||||||
Análise dos Dados |
X |
X |
||||||||
Apresentação |
X |
|||||||||
Elaboração do Relatório Final da Pesquisa |
X |
DESCRIÇÃO |
QUANTIDADE |
VALOR (R$) |
Folhas de ofício |
200 |
10,00 |
Xerox |
100 |
20,00 |
CD |
1 |
5,00 |
Tinta para impressora |
1 |
120,00 |
Caneta |
5 |
5,00 |
Despesas com deslocamento |
100,00 |
|
SOMA |
260,00 |
Fonte: Dados pesquisados pelo autor
Referências
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TRISTÃO, Marly Bernardino. O lúdico na prática docente. 2010. Disponível em: < http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/39549/000825104.pdf>. Acesso em: 03 Julho 2017.