* Neiva Maria Hantt
1. Introdução
A adaptação das crianças na Educação Infantil, bem como o seu acolhimento,que garantirá a qualidade desta adaptação e a socialização da criança nesta instituição, pois sabemos que este é um período de grandes mudanças na vida da criança, da família e também do professor. O processo inicial da criança é muito importante para a criança tendo em vista que o novo ambiente é algo diferente para ela. Para conseguir fazer com que a criança se adapte ao ambiente escolar e ao professor é necessário que o professor de Educação Infantil gosto de criança e que seja acolhedor, recebendo ás alegres com um abraço caloroso, palavras de carinho para que a criança se sinta bem no novo ambiente e que tenha um bom relacionamento com colegas.
O professor é o principal mediador e tem que atender as expectativas dos pais, ganhar a confiança das crianças e de seus familiares e ainda, conduzir esse processo, além de trabalhar seus próprios sentimentos, está sendo posto o tempo todo à prova e é necessário sempre ampliar e capacitar seus conhecimentos.
2. Adaptação família e escola
A Educação Infantil constitui uma experiência necessária de socialização para a criança. As brincadeiras e jogos estimulam o relacionamento com o mundo a sua volta, adquirindo e testando novos conhecimentos, representando situações do seu cotidiano, expressando seus sentimentos e suas fantasias.
O ingresso das crianças nas instituições pode criar ansiedade tanto para elas e para seus pais como para os professores. É o seu primeiro contato com um grupo de pessoas diferentes das de sua família. Por isso, é comum que a criança chore em seus primeiros dias de aula, pois, sente com mais intensidade a separação de seus pais, experimentando um sentimento de abandono e angústia. As reações podem variar muito, tanto em relação às manifestações emocionais quanto ao tempo necessário para se efetivar o processo.
Levando-se em conta a importância do O processo de acolhimento da criança na escola é um período bastante delicado, frágil e muito importante, pois a criança está inserida em um local novo, diferente, convivendo com pessoas desconhecidas, tendo que se socializar e se desapegar bruscamente dos pais, fica desprovida da qual está acostumada, o convívio familiar, (MAHLER, Margaret. 1982)
(….) existe uma dificuldade objetiva na separação entre pais e crianças, e a ambientação em um novo contexto exige tempo e adequado; confiar uma criança à creche não é ainda considerado um fato “natural”, e é visto quase sempre, inicialmente, como uma solução para uma necessidade. Ainda existe pouca informação sobre a realidade da creche e sobre o seu funcionamento interno. Muitas pessoas ainda pensam que a criança poderá ser privada de momentos afetivos importantes para o seu desenvolvimento. E isso já sabe, é consequência, do fato das creche ter nascido como uma solução assistencialista e porque a opinião pública ainda não conseguiu mudar totalmente esta imagem.
O bom acolhimento da criança à escola requer segurança e apoio por parte da família É normal a insegurança por parte da mesma, pois eles também estão rompendo vínculo afetivo, é importante que interagem com o ambiente educativo vivenciando a formação de vínculos de afeto de seu filho com as demais crianças e professores. A criança precisa explorar o novo ambiente onde está inserido, sentir-se bem, ficar tranquila.
Para propiciar tranquilidade à criança no processo de adaptação, de acordo com Felipe (2001, p. 27), “é fundamental que os pais estejam seguros”. Assim, é oportuno que a escola da primeira infância mantenha uma relação de parceria com pais ou responsáveis, e na medida do possível é importante que estes estejam disponíveis e presentes fortalecendo a relação da criança com seu professor.
Para Balaban (1988), é necessário tempo para que essa criança apreenda toda a nova situação que está vivenciando, seja a característica desse novo adulto, o professor, ou dessa nova instituição, rotina e ambiente.
Cada instituição de Educação Infantil deve planejar-se para esse processo de adaptação de acordo com as concepções de educação e da criança que direcionam sua prática. Cada instituição tem a sua realidade específica.
A função da escola da primeira infância e dos profissionais que nela atuam é receber a criança e para isso é necessário um trabalho cuidadosamente planejado. A instituição deve causar boa impressão, apresentar-se como um ambiente seguro, com um espaço que propicie o desenvolvimento e uma aprendizagem significativa.
Nesse contexto, a organização da sala-ambiente requer duas preocupações fundamentais, segundo Rizzo (1986, p.314), “a primeira de constituir-se em ambiente atraente, agradável, estimulador da curiosidade exploratória, característica da criança. A segunda, de estar de tal forma organizada, que possibilite à criança aprender a “usá-la” facilmente para que se sinta segura dentro dela”.
Nessa dinâmica organizacional Balaban (1988) orienta que antes do início das aulas, sejam organizadas reuniões coletivas e individuais com os pais, para a instituição educativa expor aos mesmos a sua proposta pedagógica, os seus objetivos, explicando-lhes como se dá esse processo de adaptação, enfatizando que esse momento merece uma atenção especial. Sendo assim, estabelece uma relação de confiança, afetividade e amizade entre escola e família.
A organização do ambiente escolar, a preparação dos profissionais que irão lidar com essas crianças e os familiares é de fundamental importância para que a efetivação da adaptação à vida escolar seja um momento positivo nos aspectos enfocados. O planejamento, desde o conhecer dessa criança, através de entrevistas e questionários destinados às famílias, à organização de atividades e do próprio espaço pelo qual a criança está inserida ou vai se inserir merece cuidado
Para que ocorra uma adaptação significativa da criança é necessário que a instituição escolar fundamente-se teoricamente acerca do assunto e organize-se para receber as novas crianças, sabendo que junto a elas receberá também seus pais e/ou responsáveis. O professor é o principal mediador e tem que atender as expectativas dos pais, ganhar a confiança das crianças e de seus familiares e ainda, conduzir esse processo, além de trabalhar seus próprios sentimentos. Estarão sendo postos o tempo todo à prova e é necessário sempre ampliar e capacitar os seus conhecimentos.
3. Conclusão
Toda situação nova, tanto para as crianças como para os adultos é uma posição incômoda, pois tira o indivíduo da sua zona de conforto. Enfrentar o desconhecido é sempre uma condição estressante independente da idade.
O professor como mediador deve estar proporcionar um ambiente agradável e acolhedor com atividades lúdicas e prazerosas as quais supram o processo de separação vivido pela criança, e que estimule a sua individualidade e socialização, como músicas e danças, jogos e brincadeiras, histórias dentre outras, dessa forma o professor irá conquistar a confiança da criança e facilitará o processo de adaptação e socialização da criança.
4. Referências
BALABAN, Nancy. O início da vida escolar: da separação à independência. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988.
FELIPE, Jane. O desenvolvimento infantil na perspectiva sociointeracionista: Piaget, Vygotsky, Walon. In: CRAIDY, Carmem; KAERCHER, Gládis E. Educação Infantil: Pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001, p. 27-37.
MAHLER, Margaret. O processo de separação- individualização. Porto Alegre: Artes Médicas,1982).
RIZZO, Gilda. Educação Pré-Escolar. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1986.