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Artigo: Inclusão – possibilidades e dificuldades docentes no processo ensino aprendizagem

* Josiane Mirian Schultz – Graduada em Pedagogia pela UPF

Na antiguidade, as pessoas com deficiência eram muitas vezes abandonadas, ou até eliminados do meio social por suas condições físicas e mentais. Eram segregados sem pena ou culpa alguma. Surgiu muitas práticas sociais de discriminação, onde essas promoveram situações de exclusão. Essa época foi marcada pela ignorância pelo fato de não aceitarem os indivíduos deficientes. Todos condenavam essas pessoas de uma forma totalmente preconceituosa, a família em vez de defender seus entes com déficit, ajudava a segregar.

As que possuíam deficiência mental eram internados em orfanatos, manicômios, entre outros tipos de instituições que os tratavam como doentes, indivíduos vistos pela sociedade como anormais.

Nota-se que com o passar dos anos a história da humanidade, as compreensões sobre as deficiências foram alternando, obtendo uma grande melhora, o meio social passou a aceitar as pessoas com deficiências, pois são pessoas iguais as outras, apenas possui algum grau de dificuldade, podendo ser aceito na sociedade.

Gradativamente, em meados século XX, algumas pessoas começam a reconhecer as pessoas deficientes, assim começou movimentos de lutas sociais, em combate a discriminação, favorecendo-se uma sociedade inclusiva, livre de exclusão e preconceitos.

Em 1994, em Salamanca, na Espanha, foi elaborado um documento na Conferência Mundial sobre Educação, objetivando fornecer as diretrizes básicas para a formulação e reforma de políticas e sistemas educacionais de acordo com o movimento de inclusão social. Este documento é considerado um dos principais, pois visa a inclusão social, ao lado da Convenção de Direitos da criança (1988) e da Declaração sobre Educação para todos (1990), atribuídos aos movimentos de direitos humanos, igualdade para todos.

A Declaração de Salamanca, é inovadora, pois ela proporcionou uma oportunidade única de colocação da educação especial dentro da estrutura de ‘Educação para todos’, firmada em 1990.

A Declaração alastrou o conceito de deficientes, compreendendo que aquelas crianças que não estavam sendo beneficiadas pelo ingresso há alguma instituição, fossem incluídas. O marco inicial da caminhada da igualdade para todos os inclusos, foi a partir desta Declaração.

Por meio de práticas vivenciadas durante um Estágio Supervisionado, constatou-se que alguns profissionais não estão completamente qualificados no que diz respeito aos processos de inclusão.

A Educação Inclusiva, é um desafio a ser mais estudado e trabalhado pelos docentes. Este artigo visou refletir sob as práticas vivenciadas durante esse Estágio, realizado em uma Escola Estadual de um município do Rio Grande do Sul. A prática possibilita ao professor ter um olhar mais crítico sobre suas aulas, sendo que sempre é bom mantermos viva a práxis pedagógica, onde a mesma possibilita ter uma ação-reflexão-ação as aulas, podendo assim vir a obter resultados positivos sobre essas ações, em um todo, incluindo todos os alunos, inclusive aqueles que possuem alguma deficiência. Precisa-se de um novo olhar, saber que cada aluno com deficiência ou não é um sujeito único, singular e social.

Na atualidade é um direito de todos ter acesso ao ensino público, assim sendo a escola deve incluir crianças deficientes no meio das demais crianças, abrindo um espaço para todos adquirirem as mesmas aprendizagens. Mas o principal desafio está na formação dos professores, onde inúmeros docentes não tem uma prática mais adequada para desenvolver com estes alunos que possui algum grau de dificuldade, não buscam ter uma formação continuada para adquirirem saberes do que trabalhar, incluindo a todos os alunos.

É um desafio, mas quando temos comprometimento com nossa profissão, queremos sim formar uma sociedade igualitária, então a busca por conhecimentos, para ampliar recursos, esses que satisfarão as diferentes necessidades, que nos cercam em uma sala de aula, mesmo que as vezes pareça difícil, com empenho, compromisso, amor, esse que é fundamental, podemos sim ter êxito no processo de ensino aprendizagem. Sendo assim, este conceito de inclusão deve ser debatido com toda a instituição de ensino, pois todos precisam aceitar as mudanças que ocorrem, garantindo um bem-estar aos alunos com deficiência.

Quando temos em nossa sala de aula aluno com deficiência, temos de ter ideias inovadoras, onde em todos os momentos no processo de ensino aprendizagem ele seja incluso. O professor torna-se mais próximo dos alunos especiais, principalmente na capacitação de suas maiores dificuldades, por isso processo de formação é essencial, sendo o professor o suporte da classe para o bom andamento do processo ensino-aprendizagem.

Buscando essas ferramentas, o educando saberá lidar com os atropelos do ambiente escolar com os alunos deficientes, pois quais seja a deficiência sempre o comportamento na sala é uma incógnita. Por isso estar atentos para as particularidades de cada educando e buscar conhecer sobre as deficiências é importante, pois assim sabe-se como passar saberes, fazendo com que o processo de ensino aprendizagem aconteça, satisfazendo tanto o aluno quanto o professor.